Ano de fundação
Comunidades no mundo
Migrantes ajudaram a cada dia
Albânia
A Albânia é, desde os anos 90, um dos países mais envolvidos com migração. Com o fim do regime “Enverista”, o atraso das condições econômicas do país, as recorrentes crises políticas e sociais e a proximidade de países membros da União Europeia (EU) alimentaram um fluxo migratório imponente: segundo o Departamento Albanês para a Emigração, cerca de meio milhão de albaneses, equivalente a 15% da população, emigrou no período entre 1990 e 1997.
Nos anos sucessivos, a taxa dos fluxos foi significativamente reduzida. O destino principal da emigração albanesa são Grécia e Itália, onde os albaneses são respectivamente a primeira e a segunda comunidade imigrada, enquanto na segunda metade dos anos 90 ganhou destaque a emigração rumo ao Canadá e os Estados Unidos. O fenômeno migratório tem repercussão sobre todos os aspectos da vida econômica e social albanesa: a composição sociodemográfica dos fluxos descreve um emigrante jovem com alto nível de escolaridade (representam 40% dos professores e pesquisadores de universidades e outras instituições científicas) e, portanto, com a perda de recursos humanos essenciais para o desenvolvimento do país.
Mas a Albânia se tornou uma terra de trânsito para os migrantes que, da Grécia, querem chegar à Macedônia; para aqueles que das costas albanesa ou grega chegam via mar nas costas italianas; e para aqueles que partindo da Turquia pretendem chegar na Alemanha. Terras de fronteira que nos últimos anos não podem ser abandonadas, especialmente diante de situações precárias de fuga em massa de países em grandes conflitos, dos quais as pessoas fogem por causa da guerra e instabilidade econômica.
França
A França é o país europeu que recebeu o maior número de imigrantes. Diversas são as proveniências, destacando a Argélia, Tunísia e Marrocos, ex-colônias da África Negra e Sudeste Asiático. No que diz respeito à sua integração e condições de vida, muitos problemas permanecem, incluindo preconceitos e indiferença. Em 1972, para lidar com isso, foi promulgada uma lei contra o racismo.
Oficialmente, os imigrados estrangeiros residentes nas regiões francesas são 4,5 milhões. O requerimento de asilo na França tem aumentado nos últimos anos. A França é um país que prevê o chamado ius soli, ou seja, cidadania para aqueles nascidos no território nacional e, portanto, tende a ter números menores de imigrantes em comparação com aqueles que têm leis mais severas sobre cidadania.
Mesmo que a França tenha uma incidência da população estrangeira relativamente baixa (6,6%), visto que muitos filhos de imigrantes têm a cidadania francesa, ela continua sendo um país de grande interesse para a nossa presença scalabriniana. Estamos presentes e ativas em um território marcado pela pobreza e presença migratória muito forte, em apoio – de modo particular – a mulheres e crianças, em vista da promoção humana e desenvolvimento social, atentas ao diálogo intercultural e interreligioso.
Alemanha
A Alemanha pode ser considerada um modelo no que se refere ao seu sistema de acolhida aos migrantes. É o segundo destino em âmbito mundial para as migrações, depois dos Estados Unidos, que tem sabido demonstrar sensibilidade para com os refugiados e fugitivos, requerentes de asilo ou proteção temporária; apesar da presença de movimentos xenófobos, a Alemanha é um país aberto e inclusivo.
Os residentes de origem estrangeira que vivem hoje na Alemanha são 18,6 milhões, o que representa cerca de um quinto da população total, com um aumento recorde de 8,5% em 2016, em comparação com o ano anterior. Os cidadãos estrangeiros que residem na Alemanha, por nacionalidade, são: turcos, seguidos dos poloneses, sírios, italianos, romenos, gregos, croatas, búlgaros, afegãos, russos e iraquianos.
A imigração na Alemanha não diz respeito apenas aos cidadãos de países fora da União Europeia; na verdade, de 2016 até hoje, o número de migrantes de países da União Europeia que escolheram morar na Alemanha triplicou. Na Alemanha, há uma presença significativa de entradas ilegais no auge da chamada crise de refugiados. Entre eles, se destacam os sírios, seguidos pelos afegãos, iraquianos e eritreus. As dioceses alemãs continuam positivamente abertas à recepção de migrantes e à missão em vista da ação pastoral com as comunidades de outra língua materna.
Itália
A Itália é um país que, pela sua posição geográfica, tem recebido nos últimos anos grandes fluxos migratórios. A emigração no país é um pouco superior aos 1,2 milhões de cidadãos romenos e outros migrantes internos da União Europeia. É eminentemente feminina e proveniente dos países de tradição cultural cristã.
No que se refere à população estrangeira residente na Itália, dados tem mostrado uma imagem positiva e relativamente estável. Muitos são os sinais de consolidação do fenômeno no país: aquisição de cidadania, entrada por motivos familiares e vistos de permanência por um longo período têm aumentado. Ao mesmo tempo há uma mobilidade provocada pelos requerentes de asilo.
Um dado interessante revelado pelo Instituto Nacional Italiano de Estatísticas (ISTAT) afirma que, para muitos, a Itália permanece um país de trânsito. Dos migrantes que chegaram em 2012, somente 53% ainda permanecem no território. A incidência da população estrangeira sobre a população italiana total é um dado em constante crescimento, basta pensar que, nos anos 1990, os estrangeiros era 0,8% da população, e hoje constituem 8,3%. As mulheres integram 52,4% dos estrangeiros residentes na Itália.
Este fato abre espaços infinitos de empenho e atenção ao migrante mais vulnerável e isto tem sido feito de maneira capilar por meio da ação da rede dos Centros de Migrantes, bem como na animação pastoral nas dioceses e na presença aos portos onde desembarcam os requerentes de asilo.
Portugal
Portugal, há muitos anos terra de emigração, é também um país com alta taxa de imigração. As nacionalidades mais representativas nos três primeiros lugares são: brasileira, ucraniana e cabo-verdiana. Portugal tem recebido um número significativo de refugiado de acordo com o Plano de Reassentamento Europeu.
Por meio da ação pastoral, desde o início dos anos 80, as Irmãs atuam ao lado dos migrantes mais vulneráveis, vindos das ex-colônias portuguesas e peregrinos quez vão à Fátima. Há 10 anos essa “missio” tem dado especial atenção aos migrantes doentes e necessitados de cuidado por meio do “Projeto Esperança”, na comunidade de Amora, sustentado economicamente pelas Embaixadas dos países de origem dos migrantes.
Espanha
Fundada pela Província Cristo Rei, com sede em Porto Alegre, RS, Brasil, e, mais tarde, assumida pela Província São José, Itália, a missão na Espanha teve início em 23 de setembro de 2003.
As MSCS marcam presença apostólico-missionária scalabriniana na Espanha na diocese de Sigüenza-Guadalajara, a 50km da capital do país. Guadalajara conta, hoje, com 80.000 habitantes e, destes, 7.266 são imigrantes regularizados, ou seja, com permissão de permanência e de trabalho. São latino-americanos, africanos, sobretudo do Marrocos e do leste europeu. Além dos migrantes em situação regular, Guadalajara acolhe, também, muitos imigrantes registrados, mas ainda não regularizados, e outros não registrados, num total de 11 a 14 mil migrantes.
A Irmã Norma Kleinubing, primeira missionária enviada a essa missão, foi nomeada pelo Bispo da diocese de Següenza, Monsenhor José Sánchez, diretora da Delegação Diocesana das Migrações, com a tarefa de ocupar-se da pastoral migratória, colocando em primeiro lugar os aspectos espirituais e religioso-eclesiais dos migrantes. O trabalho deverá acontecer por meio uma ação em rede que envolva a Igreja e a população migrante, com as seguintes prioridades: conscientização, formação dos agentes pastorais e ações pastorais e missionárias de reevangelização por meio das paróquias, da população autóctone e dos imigrantes.
Diante deste grande desafio missionário, escuto, olho e me pergunto: “O que fazer? Por onde começar para que a Igreja consiga se aproximar cada vez mais dos migrantes a fim de que estes encontrem o caminho para viver a sua fé e seus valores na Igreja da terra estrangeira? ” (Irmã Norma Kleinubng).
África do Sul
A África do Sul continua a ser um país que, no contexto da África subsaariana, atrai um número significativo de imigrantes, refugiados, requerentes de asilo, dentre outros. A situação de recessão econômica que o país enfrenta coloca 35% da população em situação de vulnerabilidade devido ao desemprego. Para os imigrantes que encontram trabalho ou meios de subsistência, tornou-se um objetivo quase impossível, além de serem vítimas de atos extremos de xenofobia (violência física e morte), acusados de serem a causa da difícil situação socioeconômica do país.
As Irmãs MSCS, desafiadas pelo contexto, atuam em Joanesburgo nos serviços de assistência pastoral específicos para imigrantes e refugiados na Arquidiocese e no centro de acolhida da Congregação, chamado Bienvenu, que acolhe mulheres e crianças refugiadas e lhes oferece acomodação, apoio psicossocial, curso de língua inglesa, cursos de capacitação profissional, assistência de saúde, assistência educacional para crianças, apoio jurídico para a regularização de sua situação migratória, buscando sua integração na sociedade local.
Angola
Na Angola há muitos trabalhadores imigrantes vindos de diferentes continentes, um fenômeno que perdura desde o conflito armado, mas que se intensificou com início da paz em 2002. Para além destes, muitos imigrantes atravessam fronteiras dos países vizinhos clandestinamente. Os angolanos repatriados, após longos anos de exílio, permanecem empobrecidos nas áreas rurais e periféricas das grandes cidades.
Com o agravamento da situação política e dos conflitos na República Democrática do Congo, em 2017, Angola recebeu muitos refugiados congoleses, que se estabeleceram nas províncias mais desenvolvidas da Angola e necessitam de assistência social, legal e econômica.
As Irmãs MSCS presentes em Angola atuam em Luanda, coordenam a pastoral migratória na Conferência Episcopal e realizam atividades promocionais para as mulheres deslocadas pela guerra. Já no Uíge, localizado no norte do país, atuam na Comissão Diocesana para a Pastoral dos Migrantes e na Caritas Diocesana.
Moçambique
Moçambique é caracterizado por uma instabilidade geral, que tem como consequência uma instabilidade econômica e social, deixando algumas populações particularmente vulneráveis. Trata-se de um país de extrema mobilidade humana, principalmente por causa das mudanças climáticas, das migrações do campo para a cidade e da mobilidade nas fronteiras, principalmente para a África do Sul.
Mas há, também, uma imigração principalmente da África oriental para o Sudão e para a Somália, muitos dos quais já são refugiados e consideram Moçambique um corredor para a África do Sul. Os refugiados são acolhidos também nos campos, a exemplo de Nampula, situado no norte do país.
As Irmãs MSCS, presentes na fronteira de Ressano Garcia com a África do Sul e na capital de Maputo, atuam na coordenação nacional da Pastoral dos Migrantes e dos refugiados da Conferência Episcopal e na acolhida dos repatriados moçambicanos deportados da África do Sul, por meio de ações de proteção e de sensibilização sobre os riscos enfrentados pelos migrantes como a exploração do trabalho, a exploração sexual e o tráfico de pessoas. Uma atenção particular é dada às crianças e mulheres migrantes por meio de programas de acompanhamento e de promoção humana com atividades focadas na educação, auto sustentabilidade e autoestima.
República Democrática do Congo
A presença do rosto feminino do carisma scalabriniano em terras africanas, além da África do Sul, Moçambique e Angola, tem forma concreta também em Congo, especificamente na diocese de Kisantu, no Bas-Congo- RDC.
A diocese de Kisantu, tem seis campos de refugiados com cerca de 14 mil angolanos, situados ao longo da fronteira sul da diocese, que faz fronteira com o norte de Angola. A presença Scalabriniana, em apoio à missão e ao trabalho socioeducativo da Igreja Local, desenvolve progressivamente uma atenção particular a aspectos relativos à pastoral como a uma gama de imigrantes e refugiados angolanos que não estão incluídos no número daqueles que obtiveram e ainda mantêm o estatuto de refugiados.
Simultaneamente à presença na fronteira, foram desenvolvidas redes de apoio à ação pastoral local e de miniprojetos de ajuda e promoção humana devido a situações de marginalização e vulnerabilidade, tanto na forma de assistência em casos de urgência, como em microcrédito para autodesenvolvimento. Trata-se de adoções à distância destinadas a assegurar a alfabetização de mulheres e crianças, experiências de apoio à autonomia e ao autodesenvolvimento local, sobretudo, a promoção da solidariedade interna por meio do desenvolvimento do microcrédito comunitário.
Índia
Na Índia, a comunidade das Irmãs MSCS está presente na cidade de Trivandrum, que experimenta o fenômeno da mobilidade humana como um forte impacto no tecido da vida social, econômica, cultural, religiosa e política da cidade. Essa situação provoca uma diminuição do afluxo de turistas estrangeiros e nacionais, um constante êxodo de mão de obra para os países do Golfo, bem como a migração de pescadores para outros locais do litoral, tanto dentro como fora da região, a chegada de nómades de outros Estados e a chegada de profissionais e migrantes altamente qualificados, contratados na Europa e na Austrália.
A missão na Índia oferece a possibilidade de dar um novo dinamismo ao trabalho da Congregação MSCS. A ação pastoral em favor dos migrantes é realizada em um contexto predominantemente não cristão, o que coloca as Irmãs diante de muitos desafios inteiramente novos. Em colaboração com o Arcebispo e a Associação dos Serviços Sociais de Trivandrum, as Irmãs Scalabrinianas conseguiram organizar a Comissão Pastoral Arquidiocesana para os Migrantes. Os primeiros esforços das Irmãs concentraram-se em identificar as diferentes categorias de pessoas em mobilidade presentes na arquidiocese e definir os tipos de serviço adaptados às suas necessidades.
Indonésia
Em Maumere, a presença das Irmãs MSCS está centrada na formação de jovens missionários, na promoção vocacional e na missão. As Irmãs participam ativamente da vida e missão da Igreja local, realizando um trabalho pioneiro no ensino a um grupo de jovens que buscam trabalhar no exterior. As Irmãs também começaram uma cantina para os pobres, dedicada às crianças carentes da área.
Filipinas
A presença das Irmãs Missionárias Scalabrinianas nas Filipinas remonta a 1987, quando o país conquistou a democracia por meio da revolução pacífica popular de 1986. Desde então, o país foi rapidamente marcado por uma forte emigração, devido aos problemas econômicos e à política interna adotada pelo novo governo. Milhares de filipinos, na esperança de encontrar um emprego e uma vida melhor, foram para o exterior, causando outros problemas sérios em seu país de origem, como a ausência de um dos pais ou ambos durante o crescimento das crianças, a exploração de crianças e do trabalho feminino, além da decadência moral da família e da sociedade.
Atualmente, as Filipinas são um reservatório global de emigrantes, e a missão das Irmãs MSCS requer muita atenção às necessidades pastorais das famílias. Elas se dedicam, sobretudo à educação e instrução dos filhos de trabalhadores migrantes internos e emigrantes no exterior, por meio do Instituto Scalabrini. Trabalham, também, na ação pastoral entre os migrantes, especialmente entre os marítimos e os refugiados. Há muitas atividades que elas realizam como animadoras e coordenadoras: formação humana e cristã, orientação espiritual, formação acadêmica, estudo aprofundado e ensino de inglês para estrangeiros.
Canadá
Da população canadense, 12% vive na cidade de Toronto, sendo que os imigrantes correspondem a 1/4 da população da região. Os imigrantes contribuem com 92% do crescimento populacional da cidade. Os cidadãos de Toronto são provenientes de 169 países e falam mais de cem idiomas diferentes, dos quais as três principais línguas estrangeiras são chinês, português e italiano.
A diversidade cultural e religiosa de Toronto é difícil de administrar. Sinais disso são encontrados em diferentes realidades: a missa é celebrada em 35 idiomas, 200 mil muçulmanos observam Ramadã e metade da população judaica canadense mora em Toronto. A cidade abriga uma realidade substancial de minorias étnicas.
As Missionárias Scalabrinianas residem numa comunidade religiosa em Mississauga, Ontário. O trabalho pastoral ocorre de várias formas, com especial atenção às necessidades sociais e pastorais dos migrantes e refugiados. O serviço das Irmãs Scalabrinianas é feito em uma situação local particularmente significativa no nível migratório.
Costa Rica
Costa Rica é um dos países da América Central que continua a ser palco de movimentos migratórios constantes de diferentes países. Este país tem um fluxo contínuo de população migrante da Nicarágua, Honduras, Salvador e Guatemala, que foge de grupos armados e do crime organizado. A partir de 2017, é notada a chegada de imigrantes haitianos provenientes do Brasil e a chegada de venezuelanos, fugindo da situação socioeconômica e política de seu país. A Costa Rica também recebe imigrantes da Ásia, Europa e África.
As Irmãs MSCS realizam a missão entre os migrantes organizando serviços de atenção psicossocial, acompanhando-os na obtenção de vistos ou status de refugiados, cursos de profissionalização, treinamento para preparar líderes; organizam a pastoral dos migrantes na Igreja local, em vista de conservar os valores culturais e preservar a fé dos migrantes. Toda a atividade missionária é realizada em rede com outras instituições civis, incidindo nas políticas públicas, de modo a garantir os direitos dos migrantes e refugiados.
Honduras
A situação de pobreza e a violência são as principais causas da emigração hondurenha, principalmente para os Estados Unidos da América.
A presença das Irmãs Missionárias Scalabrinianas nesse país deve-se à necessidade de acompanhar as famílias cujos parentes emigraram para os Estados Unidos da América; também desenvolvem um servido de atenção e assistência imediata a milhares de deportados que chegam aos aeroportos.
Honduras está na rota migratória como um país de trânsito de imigrantes da América Central e do Sul, que sofrem todo tipo de violação de direitos ao longo do caminho.
México
As migrações no México constituem uma situação complexa e relevante. O México, além de ser um país que exporta seus cidadãos, é também terra de contínua e incessante “peregrinação” e trânsito para muitas pessoas que, de muitos países da América Central e do Sul, tentam atravessar a fronteira para o norte. Entre esses imigrantes estão aqueles que são repatriados à força. Para eles, muitas vezes os últimos da sociedade, sem voz ou poder, as Irmãs Scalabrinianas se tornam irmãs, mães, companheiras no caminho.
No México, as Scalabrinianas vivem em quatro pequenas comunidades: Guadalajara, Tijuana, Tonala e Cidade do México. A atuação entre migrantes e refugiados é variada, e as missionárias buscam responder às duas maiores questões pastorais, que constituem o principal desafio que a mobilidade humana no México representa para a Igreja e a sociedade: em Tijuana, por meio do Centro Madre Assunta, se dedicam a acolhimento incondicional, à defesa da vida e dos direitos, à promoção da esperança e, muitas vezes, também ao resgate das necessidades imediatas dos migrantes que estão a caminho.
Por outro lado, estão engajadas na animação e coordenação da Pastoral da Mobilidade Humana em âmbito nacional, diocesano e local. Na Cidade do México, elas coordenam a pastoral e o trabalho da Caritas Arquidiocesana para os migrantes. Além disso, dedicam-se à promoção do cuidado solidário e fraterno dos migrantes, à formação de agentes e à sensibilização para que toda a Igreja possa responder ao apelo propostos pelas migrações.
República Dominicana
A República Dominicana é caracterizada por uma política de migração muito restritiva, há forte xenofobia especialmente contra os imigrantes haitianos e os casos de apatridia, ou seja, negação de nacionalidade, dos filhos de imigrantes haitianos, não reconhecidos pelo Estado dominicano.
A maioria dos imigrantes haitianos trabalha como cortadora de cana-de-açúcar, em condições miseráveis, são explorados ou maltratados. Eles também são rejeitados pela cor da pele. O país atualmente recebe um número crescente de imigrantes venezuelanos.
As Irmãs MSCS atuam junto aos cortadores de cana e acompanham casos de apatridia, tentando obter a nacionalidade dessas pessoas.
Estados Unidos
Os Estados Unidos ainda são um dos países do mundo que mais recebem imigrantes e refugiados, mesmo que a lei esteja cada vez mais restritiva, a ponto de chegar à violação dos direitos humanos e colocar em risco a vida dos próprios migrantes. É notório o problema da deportação de migrantes, sobretudo para os países da América Latina.
A presença das Irmãs Missionárias Scalabrinianas nos Estados Unidos, mais precisamente em Chicago, Melrose Park, Northlake, Maryland, Nova York, caracteriza-se por uma missão nos diversos setores da pastoral: educação cristã, catequese, pastoral da saúde, formação dos trabalhadores, pastoral da mobilidade humana, pastoral social e paróquias.
A Pastoral dos migrantes, em particular, está em constante mudança porque o próprio rosto do fenômeno migratório está mudando cada vez mais, e a Igreja e a Congregação tentam constantemente dar novas respostas a essas mudanças.
Argentina
Tradicionalmente, a Argentina tem sido um país de fluxos migratórios constantes. Além das nacionalidades tradicionais que estão em constante movimento, é continua a substituição de bolivianos, paraguaios, peruanos e chilenos. Nas últimas décadas, a presença africana, dominicana e haitiana tem crescido significativamente, e a partir de 2017, a presença venezuelana passou a ser intensa e constante, dada a situação política, econômica e social do país.
As Irmãs MSCS buscam responder aos desafios atuais da migração, sendo uma presença solidária e de esperança na vida dos migrantes por meio da ação sócio-pastoral, acolhida e acompanhamento no processo de integração na realidade local.
Bolívia
A missão das MSCS em Santa Cruz de La Sierra teve início com o serviço de acolhida e com a ação pastoral com família imigrantes brasileiras, jovens universitários e atenção aos migrantes internos, entre os quais estão os agricultores provenientes de diversas regiões da Bolívia.
Atualmente, o trabalho das Irmãs MSCS se desenvolve no âmbito da pastoral da mobilidade humana, junto às diversas categorias de migrantes provenientes dos diversos países da América Latina: os repatriados, refugiados e, recentemente, os venezuelanos. Outro serviço prestado é a atenção aos migrantes internacionais portadores de câncer, vindos de diversas regiões do país juntamente com os familiares que os acompanham para tratamento e que estão hospedados no centro de recepção do de Cardinal Terrazas.
Brasil
Em 2017, foi aprovada no Brasil uma nova lei de migração que representa um avanço em relação à legislação anterior. O país, além da constante emigração e ascensão de brasileiros que retornam, tem registrado uma chegada crescente de solicitantes de refúgio (especialmente sírios e venezuelanos), de imigrantes de países asiáticos (Bangladesh, Paquistão, Afeganistão) e africanos (especialmente Senegal e Gana). A chegada dos haitianos continua significativa, embora em menor número em relação a anos anteriores.
A presença MSCS se dá em várias áreas. No âmbito eclesial, as Irmãs se dedicam à pastoral da mobilidade humana nas suas mais variadas formas, em âmbito paroquial, diocesano e regional; no âmbito da promoção humana são desenvolvidos diversos serviços, projeto de acolhida e promoção de integração dos imigrantes; no âmbito político, são realizadas atividades em parceria com entidades afins com o objetivo de incidir na criação de políticas públicas de defesa e promoção dos direitos dos migrantes; no âmbito social, de modo geral, são realizadas ações de formação e informação – sobretudo nas comunidades cristãs, nas escolas, nas universidades e em outros espaços públicos –, visando combater a xenofobia e promovendo a “cultura do encontro”.
Colômbia
Historicamente, a presença na Colômbia se deve aos milhões de sem-terra que a guerra interna produziu no país.
A missão das Irmãs Missionárias Scalabrinianas se dá por meio da atenção humanitária, oferecendo instrumentos de capacitação técnica e acompanhamento psicológico, de forma que a população possa recomeçar a vida em outros lugares.
Atualmente o fato de a Colômbia receber milhares de venezuelanos em busca de melhores condições de vida, se torna necessário que a atenção se volte, também, a este grupo de migrantes.
Equador
Por algumas décadas, o Equador tem sido um país de emigração, mas também de destino para imigrantes colombianos, devido ao conflito no país.
A presença das Irmãs Missionárias Scalabrinianas é necessária porque a imigração colombiana continua sendo uma realidade constante, apesar dos esforços para alcançar a paz entre o governo e os diferentes grupos de guerrilheiros. A missão do MSCS é acompanhar os migrantes na sua chegada e ajudá-los no processo de integração.
Deve-se dizer, também, que o Equador, por ter uma lei de mobilidade humana bastante flexível, é o segundo país de trânsito de muitos imigrantes que desejam ir para outros países que oferecem melhores condições de vida. Esses imigrantes sofrem com a violação e o desrespeito a seus direitos. Vale ressaltar que, atualmente, o país recebe milhares de venezuelanos devido à crise política que o país vivencia.
Paraguai
O Paraguai é um país com uma longa tradição migratória. Movimentos populacionais dentro do território e a emigração para outros países ocorrem desde a era colonial. Após o fim da guerra da tríplice aliança, a migração se intensificou e continua até hoje devido às várias crises políticas e à situação econômica e social, experimentada tanto por imigrantes em seus países de origem, quanto por paraguaios que emigram para outros países ou em movimentos internos, no território nacional.
O dinamismo e a atividade missionária das Irmãs MSCS se concretizam na presença nos centros de acolhimento, nas paróquias e no campo da pastoral migratória, na Conferência Episcopal, coordenando programas de atenção a todas as pessoas que, devido a mobilidade temporária ou estável, precisam de assistência humana, pastoral, espiritual e social. A ação é voltada para imigrantes, emigrantes paraguaios, retornados, migrantes internos (especialmente mulheres jovens), pessoas traficadas, turistas, apátridas, refugiados e exilados. Vale ressaltar que, em 2017, foi criada a Rede de Migrantes Protagonistas no Paraguai, que atua junto ao setor da pastoral da mobilidade humana da Conferência Episcopal.

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